Esta semana, terça-feira 03 de fevereiro, 2 senhores alemães trocaram de roupa sem cerimônia no saguão do aeroporto internacional de Salvador, Bahia .
Um outro passageiro, pernambucano, indignado ao vê-los de cuecas, reclamou e, recebendo como resposta sorrisos despreocupados, tirou fotos e chamou a polícia.

Levados à delegacia os 2 alemães, mais um terceiro que os acompanhava, diziam estranhar tamanho rebuliço por ser o Brasil um país de povo liberal que usa pouca roupa. Foram todos liberados 3 horas depois.
Esse incidente em Salvador parece um claro indício de que a ideia do artigo desse blog na semana passada (intitulado "Os santos espanhóis e as nossas putas" ) de que europeus vêem e usam nosso país como playground sexual faz muito sentido.
Isso também me faz lembrar um "causo" verídico que aconteceu comigo!
Trabalhei durante anos no setor de Informações Turísticas do Aeroporto Internacional dos Guararapes/Recife e certo dia uma moça negra de longos cabelos em traças fininhas passou algumas horas encostada no balcão conversando sobre o pastor alemão que esperava num vôo internacional.
O pastor alemão não era um cachorro. Bom, quer dizer... Era um alemão que havia sido pastor mas estava aproveitando a aposentadoria divertindo-se em países "em desenvolvimento", como a Tailândia e o Brasil.
Aparentemente depois de anos de serviço salvando almas na Europa, era chegada a vez de desencaminhá-las. Mas como não existe pecado abaixo da linha do Equador ...(nem ao leste da Europa).
A moça brasileira quis ressaltar que não era uma daquelas "caçadoras de gringos" que passavam o dia na praia de Boa Viagem. Havia conhecido o ex-pastor por acaso. Onde? Na praia de Boa Viagem.
Ah, havia até sido levada por ele para conhecer a Alemanha. "Você iria fazer muito sucesso lá", insistiu que, com minha cor , eu devia ir à Alemanha pois as meninas alemães ficariam "louquinhas" por mim, como os "loirinhos de olhos azuis" ficavam ao vê-la.
A cantora Elza Soares tem uma canção que ironiza : "a carne mais barata do mercado é a carne negra". Julgando pelos argumentos da minha colega de conversa naquela tarde, a gente tinha bastante comprador na Alemanha.
O alemão pastor aposentado não veio no vôo esperado nem deu satisfação, e a moça antes sorridente ficou com os olhos úmidos, sem entender o que havia acontecido.
Uma outra mulher também negra, muito bem vestida e com uma bela jaqueta de couro preto, havia escutado parte da nossa conversa e chamou a moça do ex-pastor pra conversar. A moça voltou com o sorriso de volta ao rosto, com o número de telefone da mulher da jaqueta de couro preto. "Ela tem uma agência que promove namoros e casamentos entre brasileiras e homens alemães. Ela própria é casada com um", estava bastante esperançosa.
A moça de trancinhas finas realmente não era uma "caçadora de gringos"como aquelas da praia de Boa Viagem, pois pelo jeito tinha mudado de status quando conseguiu seu primeiro alemão.
Os alemães continuam vindo. Perturbam, vestem a roupa e vão embora.
Não é o que se faz em um puteiro organizado?