segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

PARALAMAS & TITÃS : MARÇO EM RECIFE

Uma das festejadas atrações do carnaval do ano passado virá se apresentar esse ano alguns dias depois de encerrada a folia.
Próximo dia 14 de março os Paralamas do Sucesso estarão de volta um ano após a memorável apresentação que fizeram no palco do Marco Zero junto com a nossa Nação Zumbi no domingo de carnaval. Dessa vez Herbert, Bi, Barone e banda dividirão o palco do Chevrolet Hall com os Titãs, seus colegas da geração 80, trazendo a turnê do DVD "Paralamas e Titãs Juntos e ao vivo (2008)" que os dois grupos lançaram recentemente. Os Paralamas do Sucesso e os Titãs, juntos com bandas como Legião Urbana, Ultraje A Rigor, Barão Vermelho, Blitz e RPM, são vistos como desbravadores do rock nacional. A geração anterior, que teve como principais exponentes Raul Seixas e o grupo Os Mutantes, do trio Rita Lee, Arnaldo Baptista e Sérgio Brito, ainda que de tenha seus fervorosos seguidores, havia sido um sucesso mais de crítica do que de público.

Quando surgiram, no início dos anos 80 a mídia da época tratou logo de classificar cada banda comparando-os com o que havia de mais parecidono exterior. Assim, a Legião Urbana era a versão brasileira do The Smiths, o Barão Vermelho era os Rolling Stones do Brasil, os Paralamas eram o The Police brasileiro e os Titãs o nosso Talking Heads. A comparação dos Paralamas do Sucesso com o The Police se justificava em parte. O The Police, que se reuniu no ano passado para uma turnê após um recesso de mais de duas décadas, era um grupo de 3 ingleses loiros cujo segundo disco chamava-se "Reggae de Branco" (Regatta De Blanc - 1979) como uma brincadeira por ser incomum um grupo só de brancos tocar reggae - ainda que um reggae com cara de rock (ou seria rock com cara de reggae?). Já os Paralamas do Sucesso eram 3 não-negros que formavam um grupo musical que tocava rock com cara de reggae (ou seria reggae com cara de rock?). João Barone, o baterista dos Paralamas, já declarou mais de uma vez que Stewart Copeland, baterista do The Police, foi uma de suas principais influências, e Bi Ribeiro, o baixista, ainda hoje é grande entusiasta do ritmo jamaicano.
Muitos anos e discos depois, o som dos Paralamas de hoje é o resultado de muita pesquisa de rítmos das mais diversas origens. Com o respeito conquistado, o outrora "novo The Police" agora é referência quando a mídia quer definir um novo grupo musical: o Skank quando apareceu - quem diria? - foi chamado de "o novo Paralamas".
Curiosidades à parte, o fato é que assistir ao vivo aos Paralamas do Sucesso e os Titãs juntos é diversão garantida também por serem duas usinas de hits. Quem for conferir vai se deliciar com sucessos de duas bandas populares que surgiram numa época em que música popular não era sinônimo de baixaria.

Onde? Quando? Quanto? .

Titãs e Paralamas do Sucesso. No Chevrolet Hall
Dia 14 de Março, a partir das 21h.
Ingressos:
- Pista Meia R$25,00- Pista Inteira R$50,00- Camarote Vip R$60,00 -Camarote 1 R$1.200,00 Camarote 2 R$1.000,00 Camarote 3 R$80,00
Ingressos e Camarotes a vendas na Renner e no Chevrolet Hall.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

CARTA PARA QUEM PRECISA APRENDER MAIS DO QUE PORTUGUÊS

Olá, ... Como me refiro a vocês? Porque "Queridos neo-nazistas que espacaram minha conterrânea ", não dá mesmo.
Ainda que todos estejam chamando vocês de monstros vou tratá-los por gente. Mesmo que seja um exagero de gentileza da minha parte.


Mas isso não importa, porque vocês não entendem o que escrevo e talvez nem usem o termo "gente" para se referir a quem fala a minha língua. Por isso espancaram e marcaram com estilete uma conterrânea minha, que estava no seu país, a Paula Oliveira . É por causa dela que escrevo a vocês. O seu país, a Suíça, tem 3 idiomas oficiais e nenhum deles é o português, e mesmo que entendessem o que escrevo, é provável que não lessem por eu ser o resultado de uma mistura de raças maior do que os cães vira-latas. Isso não me faz menos humano, seus atos sim, mas sei que vêem o mundo por esse prisma estritamente racial e não percebem o seu ato cruel como algo errado. Mesmo assim vou desperdiçar esse tempo escrevendo para vocês uma carta que vocês nunca receberão, não poderiam ler e não leriam se pudessem. Se eu não faço sentido, vocês menos ainda.


Venho através dessa carta falar sobre ironia.
Sabia que foram os gregos que criaram a palavra BÁRBARO? Bárbaro era simplesmente alguém que não falava grego e, para eles, quem não falava grego não soava como gente, mas como cabras berrando. Bárbaro significava
"berrante", "que berra" .


Os romanos tomaram a Grécia e se encantaram com a cultura grega. A partir daí o termo bárbaro era usado para todos os povos que não falassem grego, ou latim, a língua do Império Romano, todos os que não falavam língua de gente, que berravam como cabras.
Só aí vocês aparecem nos livros de história. Os povos germânicos não se deixaram dominar e deram muito trabalho no norte da Europa, invadindo, saqueando e destruindo cidades e aldeias do Império Romano.
A palavra "vândalo" , usada em várias línguas do mundo, vem do nome de uma das tribos germânicas, uma das que mais dava trabalho na época. Vocês sempre foram brabos, não é?
Pois ao leste e ao sul do Império quem dava trabalho eram os árabes. Dá pra acreditar que vocês e os árabes já tiveram algo em comum?? Que vocês e os árabes já foram, igualmente, não-gente?? A história é uma piada de muito mau gosto, não acham? Irônico isso.


Hoje o Império Romano já era e os 3 idiomas oficiais de seu país, a belíssima Suíça, são o italiano e o francês - dois idiomas derivados do latim, uma das 2 línguas de gente daquela época - e o alemão, língua dos bárbaros que, quem diria, não era língua de gente. Não é irônico que a língua da moça que vocês espancaram deriva de uma "língua de gente", mas hoje vocês não a consideram como tal? Espancaram uma conterrânea minha, do meu país, ao perceberem que ela não falava uma das línguas oficiais de seu país, não falava língua de gente. A história é mesmo uma piadinha de muito, muito mau gosto. Se não fosse um assunto tão sério dava até para rir da burrice de vocês.


Mesmo vocês sendo umas bestas, (e falo isso como uma constatação resultante de seus atos e não para agredí-los) vou desperdiçar meu tempo explicando algo mais a vocês.
Bom, vocês provavelmente sabem o tamanho da Suíça e devem entender que ela é pequenininha. Já viram o mapa da Europa? Pequena não é? Ridiculamente pequena em um vasto mundo cheio de bárbaros insatisfeitos.
Quando os bárbaros germânicos atacavam o Império Romano não havia quem os segurasse. Talvez por não terem muito a perder.
Façam um esforço, garotinhos brancos, e pensem: agora que vocês deixaram de ser os bárbaros, o que segura os novos bárbaros fora de suas fronteiras? A civilização? A ONU? A filosofia alemã que seu povo criou depois que aprendeu a pensar com os gregos?
Se o assunto não fosse tão sério essa seria uma hora ideal para uma gargalhada!

Deviam estar torcendo para que o discurso de reconciliação de gente como Barack Obama resulte em um mundo mais justo para todos os povos.
Isso mesmo, meninos brancos, o neguinho Obama é mais esperto que vocês.
Quanto menos os novos bárbaros tiverem a perder, mais perto estará o dia do fim do mundo que vai começar pela Europa.

Até arrisco uma data: 11 de setembro.

Sinceramente, Candrel de Moraes

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

PERTURBARAM, VESTIRAM AS ROUPAS E FORAM EMBORA!

Esta semana, terça-feira 03 de fevereiro, 2 senhores alemães trocaram de roupa sem cerimônia no saguão do aeroporto internacional de Salvador, Bahia .
Um outro passageiro, pernambucano, indignado ao vê-los de cuecas, reclamou e, recebendo como resposta sorrisos despreocupados, tirou fotos e chamou a polícia.


Levados à delegacia os 2 alemães, mais um terceiro que os acompanhava, diziam estranhar tamanho rebuliço por ser o Brasil um país de povo liberal que usa pouca roupa. Foram todos liberados 3 horas depois.
Esse incidente em Salvador parece um claro indício de que a ideia do artigo desse blog na semana passada (intitulado "Os santos espanhóis e as nossas putas" ) de que europeus vêem e usam nosso país como playground sexual faz muito sentido.


Isso também me faz lembrar um "causo" verídico que aconteceu comigo!
Trabalhei durante anos no setor de Informações Turísticas do Aeroporto Internacional dos Guararapes/Recife e certo dia uma moça negra de longos cabelos em traças fininhas passou algumas horas encostada no balcão conversando sobre o pastor alemão que esperava num vôo internacional.
O pastor alemão não era um cachorro. Bom, quer dizer... Era um alemão que havia sido pastor mas estava aproveitando a aposentadoria divertindo-se em países "em desenvolvimento", como a Tailândia e o Brasil.
Aparentemente depois de anos de serviço salvando almas na Europa, era chegada a vez de desencaminhá-las. Mas como não existe pecado abaixo da linha do Equador ...(nem ao leste da Europa).
A moça brasileira quis ressaltar que não era uma daquelas "caçadoras de gringos" que passavam o dia na praia de Boa Viagem. Havia conhecido o ex-pastor por acaso. Onde? Na praia de Boa Viagem. Ah, havia até sido levada por ele para conhecer a Alemanha. "Você iria fazer muito sucesso lá", insistiu que, com minha cor , eu devia ir à Alemanha pois as meninas alemães ficariam "louquinhas" por mim, como os "loirinhos de olhos azuis" ficavam ao vê-la.
A cantora Elza Soares tem uma canção que ironiza : "a carne mais barata do mercado é a carne negra". Julgando pelos argumentos da minha colega de conversa naquela tarde, a gente tinha bastante comprador na Alemanha.
O alemão pastor aposentado não veio no vôo esperado nem deu satisfação, e a moça antes sorridente ficou com os olhos úmidos, sem entender o que havia acontecido.
Uma outra mulher também negra, muito bem vestida e com uma bela jaqueta de couro preto, havia escutado parte da nossa conversa e chamou a moça do ex-pastor pra conversar. A moça voltou com o sorriso de volta ao rosto, com o número de telefone da mulher da jaqueta de couro preto. "Ela tem uma agência que promove namoros e casamentos entre brasileiras e homens alemães. Ela própria é casada com um", estava bastante esperançosa.
A moça de trancinhas finas realmente não era uma "caçadora de gringos"como aquelas da praia de Boa Viagem, pois pelo jeito tinha mudado de status quando conseguiu seu primeiro alemão.
Os alemães continuam vindo. Perturbam, vestem a roupa e vão embora.
Não é o que se faz em um puteiro organizado?