domingo, 28 de setembro de 2008
ESSA TAL PEGADA - do que as mulheres gostam - parte 2
A agressividade das armas (guns) e a suavidade das rosas (roses) conquistaram 9 entre 10 adolescentes na virada dos anos 80 para os 90, quando as baladas românticas derramadas e rocks incendiários do grupo norte-americano Guns N´Roses atingiu o mundo pelas ondas das rádios. Infelizmente a banda acabou quando a mistura desandou principalmente porque Axl Rose, vocalista da banda, mandou a suavidade pro espaço e começou a picar todos como uma abelha.
Arriscando desvendar com palavras o que seria essa tal "pegada" que as mulheres querem que seus homens tenham, seria saber dosar como Muhammad Ali, a hora de alisar e a hora de apertar. Será que Axl Rose errou na dose não só com seus companheiros ? Um dia ele escreveu a canção "Sweet Child O' Mine" (minha doce criança) pra sua mulher, outro dia se separaram. Não antes de ele dar muita porrada nela. Ele exagerou no "picar como uma abelha". Ou é isso mesmo que elas querem?
Nelson Rodrigues, escritor e dramaturgo pernambucano, cheio de frases polêmicas, um dia veio com essa : "Existem dois tipos de mulheres: as que não gostam de apanhar, e as normais" .
Há realmente mulheres que gostam de homens chucros, brutos? Ou elas não encontraram alguém que sabe dosar a força que tem para o benefício de seus corpinhos delicados? Esse gostar de apanhar pode ser de brincadeirinha, não pode?
Se é difícil definir com palavras, pode ser bem simples desenvolver (pra quem não tem) a pegada. É manusear cristal com mãos de gorila: não deixe de ser um gorila por estar manuseando cristais, tendo curiosidade e jeito pra investigar aquilo que é tão diferente de sua natureza mais bruta. .... Com cuidado pra não quebrar.
Voar como borboleta? Picar como uma abelha? Agressividade das armas e suavidade das rosas? Mãos de gorila? Que criatura estranha seria essa?
Simplificando: quente- frio, claro-escuro, apertado-solto, pode-se usar várias palavras opostas pra se definir isso, mas as damas chamam de "ter a pegada". E você tem ou não tem.
domingo, 21 de setembro de 2008
DO QUE AS MULHERES GOSTAM - PARTE 1 - BELEZA MASCULINA
"Beleza faz mais falta pra mulher do que pro homem", Wando podia ter dito isso, mas quem disse foi Paulo Ricardo. Ah, qual é? Beleza não faz falta ao Paulo Ricardo porque ele sempre teve! Mas Paulo Ricardo deve estar certo, se considerarmos Wando!
Consideremos outra figura notória. O que acham do José Mayer, galã das telenovelas há anos, quase sempre interpretando homens rústicos,cabras machos sim sinhô? Parece que a mulherada gosta. Já perguntaram ao próprio se ele se achava bonito. " Eu não gosto de mim parado. Numa foto eu não tenho nada de especial. Mas eu gosto de mim em movimento, falando... Assim eu sou interessante".
Bingo! Beleza masculina é atitude! É isso? Isso até minha amiga psicóloga, Priscila Duarte, já tinha me falado, quando soube que estava me exercitando. "Isso é muito bom. Mas pras mulheres você pode até ter uns quilinhos a mais se tiver a atitude certa". Humm, tudo bem, mas mesmo assim eu vou me livrar da barriguinha. "Beleza faz mais falta pra mulher..."? É verdade que os homens são bastante visuais.
domingo, 14 de setembro de 2008
A SAUDADE PELOS SOLDADOS RYAN
Eu o classificava empatado com "A Lista de Schindler", mas Steven Spielberg , diretor desses dois filmes, diz que "A Lista ..." não é um filme de guerra pois o tema holocausto deve ser classificado numa categoria à parte.
Se o ômi disse...
Os primeiros 25 minutos de "O Resgate do Soldado Ryan" reconstituem o Dia D (a invasão, na Segunda Guerra Mundial, da região da Normandia, no norte da França, pelas tropas aliadas) . A perfeição é abalizada pelos veteranos que viveram pra contar a história. O filme tem 2 horas e 58 minutos, mas dizem que os 25 minutos iniciais já foram o suficiente para que Spielberg ganhasse seu segundo Oscar de melhor Diretor (o primeiro foi por "A Lista de Schindler") .
Quem costuma fechar os olhos nas cenas fortes de um filme vai passar esses 25 minutos iniciais evitando ver pernas e braços sendo arrancados e tripas à mostra. Passei sem piscar pelos 25 iniciais, mas senti meus olhos umidecerem na cena em que uma mãe recebe o aviso de que perdeu 3 filhos na guerra. As pernas não agüentam o peso do corpo da Sra. Ryan, que se ajoelha diante da dor da perda.
A dor da perda de um filho.
Por que a dor de quem fica me comove mais do que a dor de quem se foi?
Com o nascimento do meu filho eu pensei numa solução para os problemas da humanidade: ter filhos. Bastava todos terem filhos e esse sentimento que eu tive que me fez querer ser alguém melhor pegaria toda a humanidade. A humanidade se empenharia a melhorar o mundo e tudo ia se resolvendo.
Com as constantes notícias de crianças sendo arremessadas pelas janelas pelos próprios pais, fica claro que ter filhos não funciona do mesmo jeito pra todo mundo. E mesmo quando funciona em relação aos seus próprios filhos, na maioria das vezes esse sentimento não se transfere para os filhos dos outros, ou os governantes evitariam essas guerras em que só os filhos deles não vão.
Fui ao cinema com Cassiana, amiga e ex-namorada, assistir ao filme "Juno" , aquele sobre a adolescente que fica grávida que concorreu esse ano ao Oscar de melhor filme, e levou o de melhor roteiro original. O filme levou ao tema gravidez, parto, medo do parto... Cassiana e eu não entendíamos esse pavor do parto da mulher moderna. Nossas avós pariram o mundo, poxa vida!
"Se eu tenho um útero eu nasci pra parir!" , simplificou Cassiana, "se eu pudesse eu ia ser uma parideira, vivia tendo menino porque eu adoro criança". Claro que ela sabe que não dá pra ser assim, mas bastava o mundo ser melhor com as crianças e Cassiana podia parir todo ano, ou ano sim ano não, que ninguém é de ferro!
Podem me chamar do que quiserem , mas foi uma das coisas mais sexy que já ouvi uma mulher dizer. Tão, tão... Tão FÊMEA! Ué? Não querem homens machos? Que sejam tão fêmeas quanto Cassiana!
Agora sério, essa temporada de caça a crianças preocupa. E quando nossos filhos crescem em que guerra eles vão estar? Cada dia é um dia D, uma grande batalha para voltarmos vivos pra casa.
Infelizmente não dá pra sair por aí parindo, porque tem muita gente nesse mundo que não se comove nem com os 25 minutos iniciais de "O Resgate do Soldado Ryan" nem com a dor que fica nas mães e nos pais quando seu soldado não volta pra casa.
domingo, 7 de setembro de 2008
A COR DO GOL
Copa do mundo de futebol, França 1998, na primeira fase África do Sul enfrenta a Dinamarca. No Brasil, no mesmo momento, César, que trabalha de porteiro e zelador em um pequeno condomínio em Recife, assiste ao jogo com alguns condôminos. Todos no terraço, TV ao ar livre. Os condôminos que assistem ao jogo, todos de pele clara, na maioria mulheres. Se os homens não pareciam ter decidido por quem torcer, as mulheres começam a torcer contra aqueles que elas chamam de macacos - o time africano. "Vamos ! Não deixem esses macacos ganhar!" , "Vai! Chuta, esse nêgo!" . Depois de vários "negro safado"e "macaco", um gol da África do sul.
África do Sul 1X 0 Dinamarca.
Seria um final feliz, como quando Jesse Owens, atleta negro americano, ofuscou, com o brilho de 4 medalhas de ouro, os planos de Adolf Hitler de usar as olimpíadas de 1936 em Berlin, na Alemanha, para provar a superioridade da raça ariana.
Entretanto, naquela partida da copa de 1998, a Dinamarca empatou o placar, 1 X 1.
Naquela noite, o time brasileiro tinha os chamados de macacos, os semi-macacos, mas nenhum príncipe dinamarquês, mesmo assim César e os brasileiros-dinamarqueses foram dormir igualmente tristes, no único momento que os brasileiros são uma única nação, quando a pátria tem chuteiras.
Jogos Olímpicos de Beijing, China, 2008. A grande nação brasileira consegue 3 míseras medalhas de ouro.
O mote dessas Olimpíadas foi "One World, One Dream" - Um mundo , um sonho. A unidade do Brasil calça chuteiras, mas quando as tira, quando não está vestindo a amarelinha, é um país dividido. Um país que zomba do sotaque nordestino, que chama seus conterrâneos de macacos, dividido entre um alfabeto inteiro de classes.
One Brazil, One Dream - Um Brasil, Um Sonho - quando o Brasil for UM também sem as camisas amarelas, e os descamisados sonharem Um sonho juntos com macacos, patricinhas, cachorras, cabeças-chatas, e outros adjetivos que apagam uma palavra maior - NAÇÃO, César e os brasileiros de qualquer cor poderão viver juntos um sonho sonhado não só com chuteiras nos pés. Será um sonho colorido, mestiço, não uma fábula européia.