segunda-feira, 30 de março de 2009

ESSE É MACHO!!!

No mundo das celebridades um dos assuntos mais comentados nas últimas semanas foi o divórcio de Madonna e Guy Ritchie. Ainda sabendo que logo logo isso vai ser página virada, voltemos as páginas até o mês de setembro de 2000, quanod a extinta revista brasileira Showbizz publicou uma entrevista com a Madonna em que ela falava do momento em que conheceu o cineasta inglês, em um almoço na casa de Sting, o eterno vocalista do grupo musical inglês The Police.

Madonna: "Sabe quando dizem 'ele virou minha cabeça'?Minha cabeça não só virou , ela girou ao redor do meu corpo!"

Madonna e Guy Ritchie

A fêmea fatal , devoradora de homens e rainha da polêmica sexual Madonna, havia encontrado alguém que lhe passasse a mensagem que o mestre Martinho da Vila cantou: "Ah, mulher!Você não passa de uma mulher!" .
Satisfeita por não passar de uma mulher, Madonna foi feliz ao lado de Guy Ritchie até que o divórcio os separou.

Mas antes de Guy Ritchie houve Sean Penn! Nascido em 17 de agosto, um dia depois do aniversário da camaleoa, e tão leonino quanto ela, já ouve um tempo em que o hoje respeitadíssimo ator americano não era muito mais do que o Sr. Madonna.

O casamento dos dois foi a alegria dos jornais sensacionalistas porque Penn defendia como um leão sua privacidade, disposto até a sair no braço com qualquer paparazzo incoveniente ou fã mais exaltado de sua esposa. Cedo foi ficando claro que seria imposível um "Felizes para sempre " entre a deusa da auto-promoção e o primeiro homem que virou sua cabeça.

Passados os "anos-Madonna" , Sean Penn foi chamando mais a atenção com suas ótimas atuações, e mostrando seu engajamento político-social - chegando a ser flagrado por uma equipe de TV, dentro de um bote (e não assinando um cheque), ajudando as vítimas da enchente povocada na cidade de New Orleans pelo furacão Katrina (esse é macho!)

Com as boas atuações no cinema vieram as indicações ao Oscar, e a primeira estatueta veio por seu papel de pai angustiado pela morte da filha em "Sobre Meninos e Lobos".

Ícone de coerência - pelo seu engajamento político com atitude - e de virilidade -pela sua forte presença em cena - Sean Penn é o tipo de sujeito que um guri conhece e pensa "quando crescer quero ser macho como Sean Penn!"
Opa! Pára tudo!!!
Esse ano Sean Baluarte-da-masculinidade Penn ganhou seu segundo Oscar de melhor ator por sua atuação interpretando Harvey Milk, o primeiro político assumidamente gay eleito dos Estados Unidos, no filme "Milk" !
Lembra quando "O Segredo de Brokeback Mountain" , uma história de amor entre dois cowboys gays, concorreu ao Oscar de melhor filme??? Naquela ocasião convidaram Clint Eastwood - o mais macho de todos os cowboys - para entregar um dos prêmios disputados pelo filme "O Segredo de Brokeback Mountain" , mas declinou o convite. Surgiu então um boato de que o machão Eastwood não quis arriscar entregar o prêmio a um filme que maculava a imagem máscula dos cowboys, mas eu duvido que o velho


Dirty Harry tivesse medo de enfrentar duas bichinhas!
Quanto a "Milk" , em cartaz nos cinemas de todo o Brasil, vale a pena conferir que tinham mesmo que chamar o machão Penn para interpretar o mais macho político gay dos EUA. Tinha mesmo que ter culhões para enfrentar a sociedade americana da época como Harvey Milk (como se fosse fácil hoje!). Sean Penn e o verdadeiro Harvey Milk
Sigo com o Roger do Ultraje A Rigor cantando o velho refrão "ô ô ô ô ô ô ô ô , eu gosto é de mulher!" , mas nada mais macho do que assumir o que se quer e a si mesmo. E o macho hétero que é macho mesmo tem mais é que não ter frescura como Penn , não ter medo de macular sua imagem e louvar quem teve coragem, macheza para assumir gostar mesmo é de macho, ora bolas!Com a coragem dos velhos cowboys, ou de políticos como Harvey Milk, ou ainda de sujeitos como Sean Penn - ainda mais macho em versão gay!
Só faltou Clint Eastwood ,que dirigiu Penn em "Sobre Meninos e Lobos" que lhe rendeu seu primeiro Oscar, para lhe entregar esse segundo!!!

segunda-feira, 16 de março de 2009

PARALAMAS E TITÃS - O SHOW!!!

Lá se vão mais de 25 anos desde que as rádios brasileiras tocaram que "Os Paralamas do Sucesso iam tentar tocar na capital e a caravana do amor pra lá também se encaminhou".
Pois Rosália Pedrosa e Raquel Nascentes, amigas e colegas de turma no curso de Gestão de Turismo no IFET (antigo CEFET), reuniram uma caravana do amor de cercade 20 pessoas, entre parentes e amigos, para vivenciar a turnê em que os Paralamas do Sucesso tocariam na capital de Pernambuco, Recife, na sua turnê conjunta com os Titãs. "Só gosto de ir pra show com muita gente" disse Rosália Pedrosa. Holeana Pedrosa, Raquel Nascentes e Rosália Pedrosa - fãs na expectativa antes do show .

"Gosto muito das duas bandas, já tinha ido a um show dos Paralamas, mas nunca tinha visto os Titãs ao vivo. Eles têm muita energia, é impressionante! Adorei o show", completou Rosália que trabalha em uma empresa de eventos, em Recife. Raquel Nascentes, que quis ressaltar ter ficado sabendo do show pelo CANDREL, concordou com a amiga. Rosália Pedrosa (primeira da esquerda) e parte da "caravana do amor"
Estávamos nos 5 primeiros minutos do domingo dia 15 de março quando se ouviu os acordes de "Diversão" , anunciando que as bandas não estavam para brincadeira. Ou estavam, e para aquela noite diversão seria a solução , sim, para todos os males. O público recebeu as bandas com gritos ensurdecedores e logo em seguida "O Calibre", hit dos Paralamas do Sucesso que resume a apreensão de todos diante da violência urbana, não deixou a peteca cair.
Ainda no início do show "Selvagem", dos Paralamas, com os versos "A polícia apresenta suas armas", coladinha com a explosiva "Polícia" , dos Titãs, foi o encontro de duas primas-irmãs mostrando que o encontro de Paralamas e Titãs era uma mistura mais do que óbvia - era perfeita!
"Sonífera Ilha" , "Ska" , "Trac-Trac" , "Comida" , "AA UU" , "A Novidade" , "Uma Brasileira" , "Marvin" , "Fui Eu" , "Flores" , "Vital e Sua Moto", "Óculos"...um sucesso atrás do outro ! Só os Paralamas arriscaram um não-hit e, diante de uma plateia que ficou meio "que música é essa mesmo?" corrigiram tocando logo em seguida a indefectível "Lanterna dos Afogados" .
Claro que com seus 3 vocalistas que parecem estar com algum fio desencapado - Sérgio Brito, Branco Mello e Paulo Miklos - e um guitarrista bastante desenvolto - o sr. Malu Mader, Tony Bellotto - os Titãs parecem dominar o show , diante de um grupo com integrantes mais discretos, ainda mais sendo Herbert um só. Mas as canções falaram por si, e diante delas não havia porque preferir os Paralamas ou os Titãs - entre uma e outra, fiquemos com as duas!
Vale destacar Sérgio Brito, como um frontman com alma de garoto, e um jeito com o público que deve ser nato. ...ou é fruto de mais de 25 anos de palco. Ah, mas Paulo Miklos e Branco Mello não ficaram atrás, mostrando que 3 cabeças (de dinossauro?) pensam melhor do que uma. E com o meigo Herbert Vianna terminando de ganhar a galera "meu coração paraibano sente algo diferente quando está nessa parte do Brasil. Vocês têm uma energia que o povo do sul e do sudeste ainda tem que aprender".
Estava no recinto o alardeado maior baterista da América Latina, João Barone, dos Paralamas, que fez o de sempre e arrasou, mas Charles Gavin, dos Titãs, mostrou que pode muito bem arriscar disputar o título com o colega. Mais uma vez, entre um e outro, fique com os dois!
Não dava para as duas usinas de hits tocarem todos eles, mas depois de 2 horas de um show impecável, todo mundo foi para casa com sorrisos de satisfação e a certeza de que , para quem não quer só comida, às vezes vida até parece uma festa!

sexta-feira, 6 de março de 2009

POLÍCIA PARA QUEM PRECISA??

"Eu vejo todo mundo falar de paz. Mas ninguém fala de justiça. Enquanto não houver justiça nunca vai haver paz".Essa declaração de Samuel Rosa do grupo musical Skank (você já deve ter ouvido falar), passava em quase todo intervalo comercial da MTV. A justiça de que Samuel falou e foi repetido durante meses nos intervalos da MTV é justiça social. A justiça de que Samuel fala existiria se todas as pessoas tivessem as mesmas oportunidades e condições de acesso a saúde, educação, cultura, e de ser remunerado adequadamente para viver dignamente.Existindo essa justiça a polícia existiria apenas para os "desvios", os seres humanos que destoassem da perfeita ordem social.
Devo estar entendendo tudo errado. O exército subiu o morro no Rio de Janeiro para aplicar essa justiça social? Na primeira semana de fevereiro a polícia tomou Paraisópolis,comunidade pobre de Minas Gerais, depois de um protesto de moradores que culminou em quebra-quebra e (não dá pra negar) vandalismo. Foram levar justiça social àquela comunidade pobre numa região cercada por prédios de luxo?
Então faz sentido nosso tão alardeado "Pacto Pela Vida" das autoridades aqui em Pernambuco, pois a ênfase parece ser "mais polícia".


Nessa briga de cachorro grande temos dois discursos principais:
1- tratar "bandido como bandido" : botar a polícia pra cima (pra cima do morro, pra cima de quem vier)
2- atacar a raiz do problema melhorando a saúde, a educação, e as condições de moradia e trabalho.
Utilizando o "Pacto Pela Vida" para unir esses dois discursos com a polícia sendo a solução para todos os nossos problemas deve dar a seguinte equação: mais polícia + resolver raiz do problema = a polícia resolvendo todos os problemas com métodos próprios da polícia.
Polícia para a educação: policiais nos corredores das escolas públicas intimidando alunos que não prestem a devida atenção às aulas e aplicação de sessões de tortura em alunos com mal aproveitamento. Melhorariam os índices de qualidade de educação que envergonha o país diante da comunidade internacional. Não seriam necessários sistemas de cotas em Universidades públicas pois "Ah, não quer estudar, não?!!"
Polícia para a saúde: assim como nas escolas, a intimidação seria usada nos hospitais públicos para que apenas os casos mais graves recorressem ao sistema público de saúde. Grupos de extermínio, aqueles que não existem nas polícias, poderiam ajudar a liberar leitos para pacientes com mais chance de cura. Além da diminuição de faltas por motivo de doença no trabalho, o que seria um ganho para a economia do país, um povo mais saudável surgiria dessa seleção em que só os fortes sobreviveriam.
Polícia para moradia: o problema principal são os barracos que enfeiam nossas cidades, que são um problema até para o turismo. Em um primeiro momento a polícia faria sumir o excesso de barracos, o que serviria de incentivo para que os moradores dos barracos que sobrassem melhorassem suas moradias. Quanto aos moradores de rua a polícia cumpriria a lei tornando fato o que já é uma verdade legal:como há moradores de rua que legalmente não existem...
Polícia para emprego: o desempregado seria fichado na polícia como possível futuro marginal. Só quem realmente quisesse muito trabalhar estaria nas filas de desempregados pois policiais estariam nas agências de emprego indagando o porque de o sujeito estar há tanto tempo desocupado. Os fichados teriam que arranjar alguma fonte de renda informal para sobreviver e a polícia estaria vigiando que tipo de fonte seria essa.

A equação: mais polícia + resolver raiz do problema = a polícia resolvendo todos os problemas com métodos próprios da polícia. Há de se ter cuidado para não trocar o discurso truculento "tratar bandido como bandido" pelo "coitadinho do bandido" , mas enquanto houver esse absurdo abismo social vai haver o absurdo de se usar esse abismo social para justificar todos os crimes, e quanto mais o discurso do "a solução é mais polícia" se intensifica, mais a revolta de quem está cansado de apanhar vai parecer fazer sentido. As soluções da polícia resolvendo todos os problemas me parecem absurdas mas continua sendo a mais usada por quem é pago para pensar sobre o problema da violência e tem o poder de decidir soluções para o assunto.
Samuel Rosa não ganha a vida pensando em soluções para o problema da violência, ganha a vida criando canções para fazer o povo chacoalhar o corpo, divertir-se. Absurdo eu achar que o que ele diz sobre o assunto faz mais sentido do que os especialistas ?

Seja como for, polícia de que eu gosto mesmo é o THE POLICE, grupo inglês que voltou no ano passado de que falei no último artigo aqui do blog, e que influenciou os Paralamas do Sucesso. Ou então do tipo dessa policial loira da foto que encontrei na internet, que segundo diz é holandesa.