domingo, 14 de setembro de 2008

A SAUDADE PELOS SOLDADOS RYAN

"O Resgate do Soldado Ryan" é o melhor filme de guerra já feito. Ponto final.
Eu o classificava empatado com "A Lista de Schindler", mas Steven Spielberg , diretor desses dois filmes, diz que "A Lista ..." não é um filme de guerra pois o tema holocausto deve ser classificado numa categoria à parte.
Se o ômi disse...



Os primeiros 25 minutos de "O Resgate do Soldado Ryan" reconstituem o Dia D (a invasão, na Segunda Guerra Mundial, da região da Normandia, no norte da França, pelas tropas aliadas) . A perfeição é abalizada pelos veteranos que viveram pra contar a história. O filme tem 2 horas e 58 minutos, mas dizem que os 25 minutos iniciais já foram o suficiente para que Spielberg ganhasse seu segundo Oscar de melhor Diretor (o primeiro foi por "A Lista de Schindler") .

Quem costuma fechar os olhos nas cenas fortes de um filme vai passar esses 25 minutos iniciais evitando ver pernas e braços sendo arrancados e tripas à mostra. Passei sem piscar pelos 25 iniciais, mas senti meus olhos umidecerem na cena em que uma mãe recebe o aviso de que perdeu 3 filhos na guerra. As pernas não agüentam o peso do corpo da Sra. Ryan, que se ajoelha diante da dor da perda.
A dor da perda de um filho.
Por que a dor de quem fica me comove mais do que a dor de quem se foi?
Com o nascimento do meu filho eu pensei numa solução para os problemas da humanidade: ter filhos. Bastava todos terem filhos e esse sentimento que eu tive que me fez querer ser alguém melhor pegaria toda a humanidade. A humanidade se empenharia a melhorar o mundo e tudo ia se resolvendo.
Com as constantes notícias de crianças sendo arremessadas pelas janelas pelos próprios pais, fica claro que ter filhos não funciona do mesmo jeito pra todo mundo. E mesmo quando funciona em relação aos seus próprios filhos, na maioria das vezes esse sentimento não se transfere para os filhos dos outros, ou os governantes evitariam essas guerras em que só os filhos deles não vão.

Fui ao cinema com Cassiana, amiga e ex-namorada, assistir ao filme "Juno" , aquele sobre a adolescente que fica grávida que concorreu esse ano ao Oscar de melhor filme, e levou o de melhor roteiro original. O filme levou ao tema gravidez, parto, medo do parto... Cassiana e eu não entendíamos esse pavor do parto da mulher moderna. Nossas avós pariram o mundo, poxa vida!
"Se eu tenho um útero eu nasci pra parir!" , simplificou Cassiana, "se eu pudesse eu ia ser uma parideira, vivia tendo menino porque eu adoro criança". Claro que ela sabe que não dá pra ser assim, mas bastava o mundo ser melhor com as crianças e Cassiana podia parir todo ano, ou ano sim ano não, que ninguém é de ferro!
Podem me chamar do que quiserem , mas foi uma das coisas mais sexy que já ouvi uma mulher dizer. Tão, tão... Tão FÊMEA! ? Não querem homens machos? Que sejam tão fêmeas quanto Cassiana!
Agora sério, essa temporada de caça a crianças preocupa. E quando nossos filhos crescem em que guerra eles vão estar? Cada dia é um dia D, uma grande batalha para voltarmos vivos pra casa.
Infelizmente não dá pra sair por aí parindo, porque tem muita gente nesse mundo que não se comove nem com os 25 minutos iniciais de "O Resgate do Soldado Ryan" nem com a dor que fica nas mães e nos pais quando seu soldado não volta pra casa.

3 comentários:

Thathy Vilella disse...

Vc realmente é uma das pessoas mais sensíveis que eu já conheci;principalmente com relação às mulheres e filhos.Muito raro alguém ser assim,sobretudo um homem.O texto é LINDO mesmo,muito bem escrito.É realmente impressionante como quase ninguém hoje em dia se comove com algo tão belo como são as crianças e a capacidade que temos de colocá-las no mundo;muito menos se preocupa com a responsabilidade que temos,enquanto adultos,de ensinarmos sempre o melhor pra eles.Parabéns pela sensibilidade e percepção que vc tem do mundo!!!!

Nyx disse...

Aff marie, creia q minha net tá louca, completamente. E me enlouquecendo junto.

A página tava incompleta, acabei imendando o comentário.

Machines, machines...

Espero q vc entenda.

T mais!

Lu disse...

O roteiro de "O Resgate do Soldado Ryan" é um dos melhores que já vi. O filme realmente é phoda. Spielberg é phoda. Mas ainda assim, meu filme de guerra preferido é "Além da Linha Vermelha", que aliás concorreu no mesmo ano ao Oscar com o Soldado Ryan. :)